O fato mais importante da posse de Bolsonaro ocorreu durante a cerimônia de cumprimentos das autoridades estrangeiras. Netanyahu se aproximou e já foi indicando ao tradutor que iria dizer umas palavras extras ao presidente e à esposa dele.

Não se sabe o que Netanyahu disse. De certa forma, isso não importa. O fato é que a evangélica Michelle foi às lágrimas, a ponto do sempre atento vice-presidente Mourão sacar o lenço e oferecê-lo à Primeira Dama.

Durante os breves instantes que durou aquele encontro, Netanyahu, Bolsonaro e Michelle foram o resumo de uma época. Judeus, católicos e protestantes assistiam, abismados, ao renascer de uma civilização.

A nossa época vive um ataque brutal às tradições judaico-cristãs. O Ocidente, fundamentado sobre essas tradições, está à beira do colapso. Cada um de nós – católicos, judeus e protestantes – sabemos a importância uns dos outros. Os inimigos sabem da importância dos nossos valores e por isso todos se unem para nos derrotar.

As tradições judaicas têm, para os protestantes, uma importância muito grande. Basta ver como eles citam muito mais o Antigo Testamento do que os católicos e como procuram implantar em suas cerimônias os ritos e os símbolos hebraicos. Por isso, assim que Netanyahu se afastou, Michelle elevou os olhos aos céus – ao Pai.

O choro da nossa irmã mais nova foi o reconhecimento da importância das tradições dos nossos irmãos mais velhos na tarefa que O Mito católico tem pela frente. Aquela breve reunião foi o marco de uma nova era que hoje começa.

O choro de Michelle foi o anúncio desse novo tempo.

***