No clássico samba Daqui Pra Lá, Martinho da Vila se divide entre São Paulo e Rio. São Paulo sabe entender o samba de Martinho e ele se sente à vontade no frio daqui. Além disso, o progresso de São Paulo ajuda na subsistência do artista. Mas, no Rio, ele tem os laços sociais e se sente em casa.
Eis o dilema de muitos jovens brasileiros: ficar no Brasil ou ir fazer a vida em outro país?
O Brasil vive a maior crise de sua história, sob todos os aspectos. A violência, o desemprego e a safadeza se uniram para destruir o nosso país. Vai demorar um bom tempo para nos livrarmos dessa crise porque o avanço revolucionário foi grande e profundo. O novo presidente, um sopro de esperança, é atacado por todos os lados – pela mídia, pelo movimento comunista, pelo grande capital e até mesmo pelos colegas de governo. Basta ver a insanidade da caravana de alguns deputados do PSL à China e as recentes declarações dos generais Mourão e Heleno (veja o post anterior).
Ficar no Brasil é um risco à vida. Só isso já bastaria para qualquer pessoa pensar seriamente em se mandar. Além disso, a economia não vai melhorar tão cedo porque tem muita gente trabalhando contra o Brasil e Bolsonaro teve muita dificuldade para montar uma boa equipe e vai ter muita dificuldade para mantê-la. A forte violência e a fraca economia estão intimamente ligadas à mesquinhez espiritual e à safadeza monumental do brasileiro – mesquinhez e safadez que foram anabolizadas pelo domínio esquerdista e que se tornaram quase invencíveis.
Por outro lado, em outro país, o brasileiro será sempre um estrangeiro – sentimento com o qual alguns lidam melhor do que outros. Além disso, estará longe da família e da rede de proteção social (alguns também lidam bem com isso). As diferenças de clima e alimentação também não podem ser negligenciadas.
Acima de tudo, porém, acredito que a principal pergunta a ser feita é: onde vou conseguir melhor me desenvolver espiritualmente?
Em Grande Sertão: Veredas, Alemão Vupes vê Riobaldo atirando e diz: “Senhor atira bem, porque atira com espírito. Sempre o espírito é que acerta.” Ribaldo pensa de si para si – antes dissesse: sempre o espírito é que mata.
Sempre é o espírito que mata e sempre é o espírito que salva. Sempre é o espírito que nos move, estejamos onde estivermos. Infelizmente, no Brasil, os espíritos estão mais matando do que salvando.
Se eu fosse jovem, esta seria a primeira pergunta que responderia: que país me ajuda mais a alcançar a plenitude de minha realização espiritual? Aqui ou lá?
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