Tzu-lu disse: “Se o senhor de Wei o encarregasse da administração (cheng) do estado, o que o senhor faria primeiro?”

O mestre disse: “Se algo tem de ser feito primeiro, é, talvez, a retificação (cheng)* dos nomes.”

Tzu-lu disse: “É mesmo? Que caminho indireto o mestre toma! Para que tratar da retificação?”

O mestre disse: “Yu, como você é atrapalhado. Espera-se que um cavalheiro não ofereça nenhuma opinião sobre aquilo que desconhece. Quando os nomes não são corretos, o que é dito não soará razoável; quando o que é dito não soa razoável, os negócios não culminarão em sucesso e ritos e músicas não florescerão; quando ritos e músicas não florescerem, a punição não encerrará os crimes; quando a punição não encerrar os crimes, o povo ficará desanimado. Assim, quando o cavalheiro nomeia algo, o nome com certeza terá uma função no seu discurso, e, quando ele disser algo, com certeza será algo passível de ser colocado em prática. Um cavalheiro é tudo menos casual quando se trata de linguagem.”

* Além de serem homófonas, as duas palavras chinesas têm uma mesma origem, assim mostrando que o conceito de “governar” era considerado relacionado ao conceito de “corrigir”.

Os Analectos, Livro XIII, 3.

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