Livro de Werner Sombart (1863-1941) publicado pela Editora Unesp (2014, 515 páginas). Título original: Die Juden und das Wirtschaftsleben.
Do prefácio: “As investigações de Max Weber sobre a conexão entre puritanismo e capitalismo forçosamente me levaram a investigar, melhor do que havia feito até o momento, o rastro da influência da religião sobre a vida econômica, e foi ao fazê-lo que me acerquei pela primeira vez da questão dos judeus. Isto porque o resultado de um exame preciso da argumentação weberiana foi que todos aqueles componentes do dogma puritano, que me parecem ter real importância para a formação do espírito capitalista, constituem empréstimos da esfera de ideias da religião judaica.”
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“Fui levado a essa noção ao tentar tornar plausíveis para mim mesmo as transformações na vida econômica europeia que tiveram lugar desde o final do século XV até mais ou menos o final do XVII, e que fizeram que o peso econômico se deslocasse dos países meridionais para os países setentrionais da Europa.”
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“Ao examinar o assunto mais de perto, tive plena certeza de que de fato eram os judeus que promoviam o crescimento em pontos decisivos nas localidades em que estavam e acarretavam o declínio de onde se retiravam.”
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“Só então poderiam ser examinadas as possibilidades que tornassem plausível a aptidão específica dos judeus: a de serem fundadores do capitalismo moderno. (…) A total singularidade do aparecimento do capitalismo moderno é evidenciada por este fato que explica em partes a sua essência: só a combinação puramente “casual” de povos tão díspares e só o seu destino puramente “casual”, condicionado por milhares de circunstâncias, embasou sua peculiaridade. Não haveria capitalismo moderno e nem cultura moderna sem a dispersão dos judeus pelos países setentrionais do globo terrestre!”
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