O pandemônio da peste chinesa está sendo campo fértil para piadas de humor negro.
A primeira delas: fique em casa… enquanto ainda a tem. Se você mora de aluguel e fica em casa, logo acaba o seu dinheiro e você vai para o olho da rua. Se você é o dono da casa, não perde por esperar – os donos do mundo logo logo acabarão com a propriedade privada.
“Use máscara” – Nunca ouvi dizer que respirar mal faz bem pra saúde.
“A economia depois a gente vê” – O que a gente vê é a ignorância de quem diz isso – alguém que sequer sabe o que é economia.
“Não discuta comigo; meus argumentos são científicos!” – Ué?! Mas se a ciência é justamente o questionamento de tudo… Essa frase, na boca de políticos, artistas, jornalistas e estagiários soa como escárnio.
“Vacina Já!” – Do jeito que vão as coisas, a frase vai ser alterada para “Já tomou a sua vacina hoje?”
Numa trama kafkaniana, tudo isso seria muito gostoso de ver. Mas, acontecendo conosco, a coisa é bem diferente.
“Nas estórias, nos livros, não é desse jeito? A ver, em surpresas constantes, e peripécias, para se contar, é capaz que ficasse muito e mais engraçado. Mas, qual, quando é a gente que está vivendo, no costumeiro real, esses floreados não servem: o melhor mesmo, completo, é o inimigo traiçoeiro terminar logo, bem alvejado, antes que alguma tramóia perfaça!” – Grande Sertão: Veredas
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