Na cidadezinha do interior, viviam seu Zé e a filha Mariazinha. Apareceu por lá um rapaz vindo da Cidade Grande, arranjou trabalho e logo se juntou com Mariazinha.
Acontece que o rapaz era um bandido, ladrão, traficante, foragido da justiça. O Tranquera começou a bater em Mariazinha e ameaçar seu Zé de morte, até que um dia a polícia o prendeu em flagrante. Face à gorda capivara, o delegado o mandou para a penitenciária.
Dias depois, tipos estranhos começaram a rondar a casa de seu Zé a bordo de motocicletas. Um belo dia, ao sair de casa, seu Zé foi abordado por um deles.
– Com licença, seu Zé, o meu patrão quer falar com o senhor.
E passou-lhe o celular.
– Alô, o senhor é seu Zé sogro do Tranquera?
– Sim, sou eu, mas quem está falando?
– Isso não importa, seu Zé, estou ligando porque o seu genro quer trabalhar comigo e eu preciso confirmar algumas informações. Como é o seu relacionamento com o Tranquera?
Seu Zé contou a sua via crucis.
– Seu Zé, o Tranquera me contou uma história bem diferente, mas eu não acredito nele; eu acredito no senhor. Os meus meninos está observando o senhor faz vários dias e sei que o senhor é uma pessoa decente. Esqueça o Tranquera; ele jamais vai voltar a importunar o senhor ou a sua filha. Aliás, pode mandar rezar uma missa de sétimo dia por ele. O senhor é uma boa pessoaç esqueça o Tranquera e esqueça esta ligação. Fique na paz.
Dias depois, chegou a notícia de que Tranquera tinha sido assassinado na prisão, a socos e pontapés.
Estórias que o povo conta…
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