A prefeitura de São Paulo vai instituir, a partir de 2a feira, um novo tipo de rodízio. Nos dias pares, circulam carros com placas final par; dias ímpares, final ímpar. Horário: o dia inteiro, 24 horas, inclusive sábados e domingos. Atenção para o relógio – virou 23h59 e você está na roça!
A alegação é diminuir a circulação de pessoas pois o índice de isolamento social está muito baixo – 48% – quando o ideal é de 70%. Essa é demais! De que cartola saem esses números?
Mas, se a intenção é essa, podem tirar o burro da chuva. Ninguém está passeando. As pessoas saem de casa porque precisam. E, se não puderem ir de carro, os infelizes irão de transporte público, o que aumenta a concentração de pessoas e o risco de transmissão do coronga. Coisa de gênio!
Outra desculpa esfarrapada é a diminuição da poluição para combater as doenças respiratórias dentre as quais está o coronga. Se a prefeitura está mesmo preocupada com poluição, devia ressuscitar o finado SEMCO – Semáforos Coordenados – progama da década de 1980 que sincronizava os semáforos de acordo o tráfego. Falta dinheiro? Ou a tecnologia regrediu? Hoje, o infeliz motorista paulistano sai de um farol fechado, mal joga a segunda marcha e já se depara com outro farol fechado. Querem nos tirar de trouxa com esse papo de poluição?
Face a tudo isso, peço aos meus colegas que mudem o nome da Companhia de Engenharia de Tráfego para Companhia de Engarrafamento de Tráfego para que não passemos tanta vergonha.
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