Em 2017, Joel Datena disse que um menino infrator (alvo de uma reportagem) merecia umas palmadas. Xuxa, a garota-propaganda da lei, não gostou e criticou Datena filho. Datena pai pulou no meio da briga e insinuou umas indelicadezas a respeito de Xuxa. Em resposta, Xuxa meteu um belo processo nas costas de Datena pai.
“Entre abogados te veas” dizem os mexicanos quando querem rogar uma praga a alguém.
Os advogados do Ministério Público propuseram uma indenização de 20 mil reais materializada na forma de uma doação de cadeiras de rodas a uma instituição de caridade, Datena concordou e a ação agora chegou ao fim.
A briga acabou mas a lei não.
Ah…, a lei, estranha lei.
A lei da palmada continua em vigor e precisa ser derrubada. Em 2022 precisamos fazer o dever de casa e eleger legisladores capazes de revogar essa perversa lei; em 2018 fizemos a lição-de-casa pela metade elegendo um presidente conservador mas pecando na escolha dos legisladores, boa parte dos quais se revelaram legisladores-peixe: traíras, trutas, tubarões…
A lei da palmada é uma lei perversa porque o seu objetivo oculto é destruir a família minando a autoridade dos pais. Foi aprovada porque fez uso de uma tática clássica de engenharia social a qual, uma vez desmascarada, pode ser reconhecida em muitas outras artimanhas dos revolucionários. (A guerra cultural – a luta pela mente dos homens – é formada por dois times: os revolucionários, assanhados por reestruturar a sociedade mediante a concentração do poder, e os conservadores, desejosos de conservar as conquistas da civilização.)
A tática é a seguinte: 1) os revolucionários elegem um problema (no caso, a agressão à criança), 2) fingem estar interessados em proteger as vítimas (no caso, as crianças) e 3) propõem uma solução que ao mesmo tempo aumenta o poder do Estado e enfraquece o poder do povo (no caso, criar uma lei que tira a autoridade dos pais).
Cumpre notar que a agressão à criança chegou aos níveis de hoje devido à destruição da família levada a cabo pelos revolucionários mediante a revolução sexual de que divórcio e aborto são consequências. Mas essa é outra história – o manjado “promover o crime e denunciá-lo”. Note-se também que o problema eleito às vezes é real, às vezes fictício (um espantalho). Logo se vê que esses revolucionários têm muito coelho na cartola.
Eis o truque: o lobo se apresenta sob pele de cordeiro, tira a autoridade dos pais (leia a lei, se tiver estômago, e comprove o maquiavelismo das lindas palavras destinadas a jogar filho contra pai), lança o povo na barbárie e concentra o poder. Todas as soluções propostas pelos revolucionários tendem a aumentar o poder do Estado.
Ah…! o Estado, estranho Estado, o mais frio dos monstros.
Nenhuma das soluções fala do poder civilizatório da religão. Aliás, eles até têm uma frase pronta para a ocasião – o Estado é laico -, frase filha do grito de ódio de Marx contra o povo religioso.
O Estado é laico mas o povo não. E o Estado está para o povo e não o povo para o Estado.
“Não estais sob a Lei, mas sob a graça”
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