Após a publicação de A incrível história do aumento de impostos na Mongolândia, meus três leitores me perguntaram sobre a origem da palavra Mongolândia. Este post visa preencher tão grave lacuna na cultura dos meus seguidores.
Nos parques de diversão de antigamente, Monga, a mulher-macaco, era uma atração clássica. Funcionava assim: uma jovem presa numa jaula se transformava na frente da platéia e virava uma gorila enfurecida. Se uma mulher brava já é um perigo, imagine uma gorila. A coisa ficava realmente feia quando ela conseguia derrubar as barras da cela e se lançava contra a multidão. O espetáculo terminava sempre em correria e mesmo quem não tinha dinheiro para entrar na barraca se divertia do lado de fora vendo a saída das crianças em debandada. A platéia de fora – os sem-dinheiro – era movida por um sadismo parecido com o de quem hoje fica vendo o desespero dos candidatos que chegam atrasados para o ENEM.
Resumindo, “monga” significa o processo de animalização pelo qual o Brasil tem passado nas últimas décadas e que está quase completo. Digo quase porque ainda restamos nós – eu e os meus três leitores.
O nosso país já deu pessoas como Manuel Bandeira, Villa-Lobos e Gilberto Freyre, nomes entre os grandes de todo o mundo em todas as épocas em suas respectivas modalidades. Por causa da mongolização, ninguém os substituiu. Pior ainda, o Brasil tem disputado os últimos lugares em testes internacionais de avaliação escolar. Outro dia Olavo de Carvalho citou uma pesquisa envolvendo 30 países que concluiu que Brasil é o único país em que o QI está diminuindo.
Tudo isso ocorreu devido à estratégia gramsciana de ocupação de espaços levada a cabo pelos comunistas desde a década de 1960. Hoje, a mídia, o sistema educacional e a indústria cultural estão totalmente ocupados pelos comunas. Para compreender como o comunismo leva à bestificação, basta pensar na premissa básica de Marx segundo a qual não há Deus e não há verdade.
Pense bem nesta frase: “não há verdade”.
E esta frase, é verdadeira?
Se não há verdade, eu não consigo nem mesmo dizê-lo.
Esta é a razão pela qual o comunismo conduz inevitavelmente à loucura, ao homicídio e ao suicídio.
Para piorar ainda mais as coisas, apareceu nesse angu o caroço do globalismo. A Nova Ordem Mundial, também conhecida como Clube Bilderberg, é uma associação que reúne algumas centenas de ziliardários – Rockfellers, Rotschilds etc. – cuja intenção é implantar uma ditadura mundial.
O comunismo russo-chinês, o Clube Bilderberg e o islã são as três forças que tentam dominar o mundo e às vezes se ajudam, às vezes se digladiam. Quem explica tudo isso direitinho é Olavo de Carvalho no livro O mínimo que você precisa saber para não ser um mongo, digo, um idiota (compilação de Felipe Moura Brasil).
Outros países também sofreram essa tentativa de dominação gramsciana mas em nenhum lugar ela teve tanto sucesso como aqui. Um dos fatores para a vitória do inimigo é o amor do brasileiro pela aparência e o consequente desamor pela verdade.
Adoramos um título – doutor fulano de tal -, adoramos um diploma, adoramos ser reconhecidos pelo carro ou pela roupa num verdadeiro culto à aparência. (O nosso amor por exterioridades, diga-se de passagem, nos transformou no povo mais dinheirista do mundo.) Com a mesma gana, desprezamos os verdadeiros sábios e nos tornamos incapazes de enxergar a essência das pessoas. Basta ver a multidão de talentos que perdemos para outros países. Os infelizes têm que sair do Brasil para obter reconhecimento e viver a vida.
Um país que foge da verdade acaba se tornando o país da mentira.
E é isso que vemos todos os dias, a todos os instantes, em todos os âmbitos, seja na gatunagem em que se transformou a vida pública seja ao lidar com as grandes corporações – bancos, telefônicas, concessionárias de serviços públicos – seja na convivência diária com vizinhos, na rua, no comércio. As pessoas não sabem mais o que estão fazendo, não conseguem sequer formar uma fila; logo vira um amontoado de gente na frente do guichê ou uma fila com três pernas.
Às vezes, você não se sente como Gregor Samsa, personagem do romance A Metamorfose de Kafka, vivendo o pesadelo se ter virado um inseto? Ou uma monga?
Muita gente diz que a Mongolândia não tem mais jeito, Não é verdade; a prova disso é que você leu este post até aqui. Ainda há esperança.
Se é verdade que o desamor pela verdade nos levou à Mongolândia, também é verdade que só o caminho oposto poderá nos resgatar. A solução anti-monga é buscarmos – eu e vocẽ, não fique esperando pelos outros, a única vida que você consegue mudar é a sua – a verdade em nossas vidas, dia e noite, em todos os nossos atos e pensamentos. O engraçado do movimento comunista é que o revolucionário lunático quer mudar o mundo todo, à exceção de si. Eles não vivem falando no “sistema”, no “mundo melhor”? Chega a ser hilariante.
O santo – que é quem melhor enxerga a realidade das coisas -, quer mudar a si e a mais ninguém. Ele sabe que querer que os outros vivam a verdade mas não estar disposto a vivê-la tem um nome muito feio: hipocrisia.
E eu sei que você, caro leitor, não é hipócrita. Nem mongo.
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