Em 2014, durante a crise de abastecimento de água em São Paulo, recebi a visita de um amigo alemão e, conversa vai, conversa vem, comentei com ele o problema que estávamos enfrentando. Meu amigo alemão, na maior ingenuidade, perguntou:
– Falhou o planejamento?
Que planejamento, rapaz?
No Brasil não existe planejamento. Basta olhar a crise pela qual passa o estado do Espírito Santo que, graças à incúria dos nossos governantes, não tem reserva de caixa – o que for entrando, vai gastando, alegria geral!
O único planejamento que o Brasil tem, para falar com propriedade, nem é brasileiro. É o planejamento comunista, um movimento internacional responsável pela elaboração da Constituição Federal de 1988 que obriga o governo a suprir, dentre outras tantas coisas, Educação e Saúde. Essa obrigatoriedade foi concebida para quebrar as finanças públicas. A Saúde, particularmente, é um poço sem fundo, não há dinheiro que chegue. Aliás, quando se fala em Saúde Pública, está se falando em primeiríssimo lugar de Saneamento Básico (Esgoto), palavras desconhecidas e proibidas no vocabulário dos nossos políticos. Cinicamente, eles falam em hospitais, médicos, remédios, exames, ambulâncias etc. quando na verdade não atacam a raiz do problema. Quase 90 anos após a publicação de Casa Grande & Senzala, ainda são válidas as palavras de Gilberto Freyre: nós, brasileiros, servimos mais para análise clínica do que para força de trabalho.
E assim, de crise em crise, vamos empurrando com a barriga (d’água).
Mas, para que se preocupar, se o Carnaval está às portas e, se der fome, é só ir no quintal e pegar uma banana?
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