Ontem, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) informou que não encontrou marcas de tiros na fuselagem do helicóptero da PM carioca que despencou de 200 m de altura semanas atrás na Cidade de Deus. O órgão também disse que ainda não concluiu o caso porque aguarda laudo do IML para saber se os tripulantes não foram alvejados. A imprensa, mais do que depressa, correu para informar que não foram os traficantes que derrubaram a aeronave.
Ué!? E dai?
Qual a diferença entre saber se o helicóptero foi abatido a tiros ou caiu por qualquer outro motivo – falha mecânica, pane seca, barbeiragem do piloto, choque com um pombo gigante…? O fato é um só: era um helicóptero de reconhecimento em missão. Missao de guerra: os PMs nao estavam fazendo um vôo panorâmico turistico. Estavam ali porque embaixo o pau comia solto, como come solto em todo o Brasil, um país de mais de 70 mil homicídios por ano em números oficiais (na realidade, deve ser muito maior).
Não encontraram marcas de tiros na fuselagem. E se a bala pegou em qualquer outro lugar? Numa hélice, num componente de controle, por exemplo?
Quanta conversa mole!
Mais uma vez, a imprensa cumpre a sua missão: enganar, falando meias verdades (ou meias mentiras). Mídia e traficantes unidos pela estratégia do Foro de São Paulo.
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