A semana foi cheia para o Poder Judiciário.
Em São Paulo, a PM foi proibida de usar balas de borracha e gás lacrimogêneo em manifestações, “salvo em situação excepcionalíssima, quando o protesto perca, no todo, seu caráter pacífico”, diz o despacho de proibição. Resta saber o que é a perda total do caráter pacífico; será que é quando os policiais já estiverem todos desacordados?
Teve também a decisão relativa à cratera aberta na construção da estação Pinheiros do Metrô, ocorrida em 2007, que matou 7 pessoas. O Judiciário absolveu os 14 acusados. Um dia depois da decisão, a Polícia Federal disse que está investigando suspeita de pagamento a promotor de São Paulo para favorecer as empreiteiras. Eita!
Mas a maior notícia certamente foi a decisão do STF relativa à vaquejada. O “esporte” ou “manifestação cultural” foi proibida em todo o país. Muita gente se manifestou contra a decisão dizendo que o Tribunal cuida mais dos bichos do que dos seres humanos, citando o aborto de anencéfalos e o infanticídio indígena. Realmente, com abortista e assassino de criança, não tem conversa. Por outro lado, uma coisa não justifica a outra nem um erro conserta outro erro.
Até então, eu nem sabia o que é esse negócio de vaquejada. Fui me informar com um amigo nordestino e parece que os bichos sofrem muito mesmo – passam sede e fome e se machucam na “brincadeira”. Além do mais, segundo o meu amigo, é uma diversão bem besta. Assim, parece que a decisão favorece os coitados dos bichinhos.
Como se pode ver, a semana foi cheia para os “demandistas de profissão” (Thomas More). Aristóteles escreveu: “O homem, quando virtuoso, é o mais excelente dos animais, mas separado da lei e da justiça, é o pior de todos”. Infelizmente, em nosso invertido país, estamos tentando fazer com que lei e justiça criem o homem virtuoso. “Tá todo mundo louco nesse país?” vociferou Olavo de Carvalho.
Quase todos, professor.
Ainda sobraram alguns que sabem que o homem virtuoso é fruto de uma educação familiar baseada em princípios religiosos.
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