A crise pegou todo mundo – até a bandidada está reclamando.
De Curitiba para o mundo, Sérgio Moro e sua trupe não dão moleza. No STF, a prisão em segunda instância deixou a malandragem descabelada. (Que país,hein?! – onde a polícia mete a mão, pula um monte de bandido. E por falar em STF, todos criticam o aparelhamento levado a cabo pelo PT mas ninguém recorda que os ministros foram aprovados pelo Senado. Aliás, a independência dos Poderes parece mais uma frase bonita da Constituição do que uma realidade – outro dia o Supremo não demitiu o Presidente da Câmara?) O MP também aperta o cerco e quer 10 (só?) medidas contra a corrupção. O governo, por sua vez, inventou uma PEC para tentar consertar as coisas e limitar os gastos públicos; são muito engraçadinhos esses políticos: limitam o gasto mas não a arrecadação – é a famosa sopa de pedra.
À primeira vista, parece que as coisas estão caminhando. O povo conseguiu o impeachment, o PT tomou uma surra, o governo está se movimentando… Ledo engano! Eu já vi este filme antes: Anistia, Diretas Já, Constituinte, Fora Collor, Reeleição… movimento após movimento, o resultado é um só: aumento do poder do Estado, que é exatamente o resumo de tudo o que está acontecendo hoje.
O aumento do poder do Estado é, segundo Olavo de Carvalho (OdC), um dos grandes problemas da atualidade, ao lado da concentração das empresas de mídia na mão de poucas pessoas e do brutal desenvolvimento das técnicas de manipulação psicológica. Na verdade, o segundo e o terceiro problemas trabalham para o primeiro. O objetivo é um só: a escravidão do cidadão mediante o pagamento de impostos e o controle mental.
Se é verdade que a estratégia de um governo despótico – passe o pleonasmo – é incentivar o vício para levar ao caos social e, na sequência, aparecer como salvador da pátria impondo controles tirânicos, também é verdade que o grande inimigo dos regimes totalitários é a pessoa virtuosa. A virtude contra o vício, em outras palavras.
A virtude nada mais é do que buscar a verdade e agir coerentemente; o contrário chama-se hipocrisia, hipocrisia que hoje lota templos e gabinetes, que permitiu o avanço do comunismo em nosso país pois enquanto os petistas mandavam todo mundo achava bonito porque estava ganhando dinheiro. Raríssimas vozes se levantaram contra: OdC, Padre Paulo Ricardo, Pastor Silas Malafaia, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, todos invariavelmente taxados de insanos desmancha-prazeres. Foi a virtude que levou as pessoas direitas às ruas, a princípio timidamente no fim de 2014, depois em multidões em 2015, até culminar, neste ano, com as maiores passeatas da história humana.
Agora, com a crise comunista grassando, o povo, em vez de tomar as rédeas do seu destino, deposita novamente as esperanças no governo. É querer construir a casa começando pelo telhado. Os políticos são nossos funcionários, empregados do povo cuja atuação demanda supervisão cerrada, caso contrário encostam o corpo ou fazem rodinha para tramar contra o chefe (no caso, nós).
Se você acha exagero, que o Estado não é nada disso do que diz OdC nem “o mais frio dos monstros” de Nietzsche, se você acha que “um mundo melhor é possível”, responda para você mesmo, do fundo do coração: você confia em político?
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