O dia 19 de agosto de 1917 caiu num domingo. As crianças já haviam sido libertadas pelas autoridades anti-clericais. Haviam estado presas na aldeia numa tentativa de intimidação para impedir que o povo acreditasse nas aparições. Naquele domingo, no fim da tarde, Maria apareceu novamente às crianças, dessa vez não na Cova da Iria mas numa fazenda pertencente a um tio de Lúcia: os Valinhos.

– Que é que Vossemecê me quer? indagou Lúcia.

– Quero que continueis a ir à Cova da Iria, no dia 13 e que continueis a rezar o terço todos os dias.

Lúcia pediu novamente um milagre para que todos acreditassem nas aparições.

– Sim – respondeu Nossa Senhora. No último mês, em outubro, farei um milagre para que todos creiam nas minhas aparições. Se não vos tivessem levado à aldeia, o milagre teria sido mais grandioso. Virá São José com o Menino Jesus para dar a paz ao mundo. Virá também Nosso Senhor para abençoar o povo. Virá ainda Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores.

– Que é que Vossemecê quer que se faça do dinheiro e das outras ofertas que o povo deixa na Cova da Iria?

– Façam-se dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e outras duas meninas vestidasde branco, o outro leve-o o Francisco com mais três meninos também vestidos de opas brancas. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário.

Lúcia pediu a cura de alguns doentes.

– Sim, alguns curarei durante o ano – respondeu a Virgem.

– Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, pois vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.

Maria despediu-se dos pastorinhos e, como das vezes anteriores, elevou-se em direção ao Nascente.

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