O governo comunista que administra a cidade de São Paulo publicou no dia 6 de janeiro um decreto que faria inveja a Stalin. Dispondo sobre a distribuição de sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais, o decreto número 55.827 diz:

Art. 4º As sacolas para coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares secos não poderão ser utilizadas para a coleta convencional de resíduos domiciliares indiferenciados.

Furtivamente, o governo entrou na nossa casa. Está fuçando no lixo. Logo logo, vai xeretar nas gavetas. O nosso lar não é mais o “asilo inviolável do indivíduo”. Foi invadido em nome do meio ambiente.

Se o governo estivesse mesmo preocupado com o meio ambiente, teria atacado outros problemas mais urgentes. Por exemplo, procuraria dar um jeito no trânsito, um dos maiores problemas ambientais da nossa cidade. Além de causar poluição e doenças respiratórias, o deslocamento pela megalópole rouba horas preciosas e é um dos maiores motivos de stress para o paulistano. Por que a prefeitura não reativa o antigo programa de semáforos coordenados, parado faz décadas? A informatização daria maior fluidez ao tráfego e melhoraria a qualidade do ar. Todos ganhariam: motoristas e passageiros, ciclistas e motociclistas.

Mas não, o prefeito disse que não, não havia dinheiro para isso, disse logo no início do mandato. Tem dinheiro para drogado, para dar preservativo (enquanto a lei manda as farmácias controlarem a temperatura e a umidade dos estoques, os preservativos ficam acondicionados em um cesto na calçada, sujeitos às intempéries – qual a confiabilidade de um negócio assim?) e para a faixa de ciclista mais cara do mundo segundo a revista Veja (e também a mais ociosa, testemunho eu); ou seja, tem dinheiro para a revolução mas não tem dinheiro para informatizar os semáforos.

Melhor ainda, por que a prefeitura simplesmente não tapa buraco na rua? Além dos já citados benefícios decorrentes da melhor fluidez do tráfego, pistas decentes significam menos gastos com a manutenção dos veículos, menor impacto ambiental devido ao menor consumo de peças de reposição e, o que é mais importante, menos vítimas de acidentes.

Nada disso, o comunismo não está interessado em melhorar nada; essa peste mortífera (Leão XIII), mesmo em suas ações aparentemente positivas, traz em seu bojo o objetivo maior da destruição, inseparável dessa ideologia de ódio. O meio ambiente é só desculpa para promover a revolução. Verde é a nova cor do comunismo. O ambientalismo substituiu o proletariado rumo à ditadura internacional. Eles se apropriaram da idéia concebida pelos globalistas da Nova Ordem Mundial segundo a qual o catastrofismo ambiental é o fator ao redor do qual os povos se unirão e em nome do qual abrirão mão das soberanias nacionais para aceitar um governo mundial. Vale tudo nesse reino de mentiras: superpopulação, aquecimento global, mãe-terra e até o pum das vacas. Segundo essa gente, o homem é um vírus na terra – pensamento que, levado ao limite, conduz ao suicídio.

Fiel a esse ideal revolucionário, o governo marxista que administra a cidade de São Paulo editou um decreto totalitário sem que ninguém percebesse. A estratégia é avançar em silêncio e aos poucos, comendo pelas beiradas, como quem não quer nada, em todas as frentes, tirando das pessoas o desejo de lutar. “Não faz mal, é só mais um decretozinho, é só uma sacolinha.”

As nossas lideranças bobearam e o governo entrou no nosso lar. Está fuçando no lixo. Logo logo, vai xeretar nas gavetas… Logo logo, vai deitar na nossa cama…

Epa! Cuidado aí!

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Ricardo R Hashimoto edita o blog Letters to Hungary.

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