Querida Isabela
Já passava das 6 horas da tarde quando vi você, aninhada nos braços da sua mãe. Você tem apenas quatro meses de idade, e foi a mais jovem manifestante que vi na marcha de 15 de março de 2015, quando mais de um milhão de pessoas se reuniu na avenida Paulista. O seu pai me disse com orgulho e alegria:
– No futuro, ela vai poder dizer “Eu estive lá!”
É mesmo motivo de orgulho e alegria ter participado da maior manifestação da história do Brasil. Um encontro inédito, pela dimensão e por ter nascido do povo, por meio das mídias sociais, sem nenhum apoio das tradicionais lideranças. Partiu de novos líderes, surgidos da massa da população brasileira, sob o comando intelectual e moral do filósofo e professor Olavo de Carvalho. Durante muitos anos, Olavo liderou a luta contra o avanço do comunismo em nosso país.
A situação brasileira chegou a um ponto insustentável. A economia – a camada mais externa da sociedade – está arrasada. Aliás, é isso que os comunistas sabem fazer. Acabaram com todas as economias dos países onde chegaram ao poder. Juros, inflação, desemprego, roubo e crime. E agora, após terem quebrado o país, vêm com a conta nas mãos para nós pagarmos. Vão aumentar os impostos. Quem conhece, sabe: estão apenas seguindo o manual de instruções, que manda subjugar o povo por meio de impostos.
O crime é a norma do comunismo. Roubam e incentivam o crime, com leis que protegem bandidos e amarram as mãos da polícia, com o desarmamento da população civil, com a proteção a bandidos estrangeiros que aqui recebem atenção e carinho por parte dos comunistas, com a associação ao tráfico de drogas por meio do Foro de São Paulo, com a fraude eleitoral por meio das infames urnas eletrônicas. Stalin, o gênio do mal, ensinou: “Não importa quem vota mas sim quem conta os votos”.
Pior do que a situação econômica, é o aniquilamento da inteligência do povo brasileiro. As pessoas, na convivência do dia a dia – no ônibus, no trânsito, no supermercado -, já não sabem o que estão fazendo. Parecem reagir a algum estímulo oculto que as impele a atos impensados orientados à revolta. É o resultado da ampla aplicação das técnicas de manipulação psicológica pela mídia de massa, pelas escolas e pela indústria cultural. Levou à desintegração das relações entre as pessoas. Ninguém mais confia em ninguém.
Mas o máximo da destruição ocorreu na religião. Esta sim a camada mais interna, o núcleo, o caroço de uma sociedade. Cresce o número de pessoas que diz não ter religião. Karl Marx conseguiu o que queria. Ele disse “A religião é o ópio do povo”; não disse “Deus é o ópio do povo” nem “A fé é o ópio do povo”. Ele não atacou Deus ou a fé em Deus; atacou a religião. A tradicional religiosidade cristã do povo brasileiro foi abandonada. Muitos dizem que acreditam em Deus mas não que não têm religião. Outros a substituíram por crenças orientais panteístas (diga-se de passagem, disseminadas no Ocidente pela KGB). Acreditam na mãe-terra, acreditam que o homem é o vírus do mundo. Bom mesmo é o capim tomar conta de tudo. A consequência deste tipo de pensamento é o suicídio, que não por acaso tem aumentado em nosso país. Khrushchov sabia o que fazia quando concebeu a teologia da libertação.
O comunismo ataca em todas as frentes. Não descansa porque o chefe dele é o demônio, incansável em sua sanha de ódio. É uma peste mortífera (Leão XIII) intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele, da parte de quem quer que deseje salvar a civilização cristã (Pio XI).
Cansado de tudo isso, e graças à persistência do professor Olavo, o povo resolveu dar um basta e saiu às ruas, exprimindo o seu descontentamento por meio de cartazes onde se lia ”Olavo Tem Razão”. As primeiras manifestações ocorreram em novembro. Nascia um novo Brasil. Nascia você, Isabela. Você tem a felicidade de viver num novo tempo, tempo de luta e esperança. Tem a felicidade de ter pais que, a exemplo dos brasileiros decentes, se preocupam e lutam por um futuro melhor.
Esse futuro tem um rosto e tem um nome. Eu o vi naquela histórica tarde, na calçada do MASP. É uma bebezinha aninhada nos braços da mãe, olhando com alegria a multidão ao derredor.
Uma multidão que, sem saber, marchava por você, Isabela.
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Ricardo R Hashimoto edita o blog Letters to Hungary.